Batismo de desejo, batismo de sangue e a heresia Feeneyista.
Nesse documento, exibirei não só o consenso dos Santos Doutores, o que já seria o suficiente, pois tal consenso se trata do Magistério Ordinário da Igreja Católica, mas mostrarei também as definições do Magistério Extraordinário quanto ao assunto e a condenação ao Feeneyismo feita pelo Papa Pio XII. Porém, pra que você, meu irmão, não adentre o documento como que tateando, enfio a estaca no coração de tal heresia, pra depois lhe mostrar os detalhes do então cadáver. Existem três Santos (que conheço), infalivelmente canonizados pela Santa Igreja Católica, que não receberam o Batismo de Água. São eles:
São Vitor de Braga foi um catecúmeno que se preparava pra receber o batismo. Se recusou a prestar culto a uma deusa pagã, confessou Cristo diversas vezes, sofreu torturas e foi decapitado. A Igreja Católica o coloca entre os Santos Mártires, mesmo sem ter recebido o batismo de água.
São Genésio de Arles era catecúmeno quando, trabalhando como escrivão para o governo, ouve o decreto de perseguição a cristãos. Se revolta, joga seus instrumentos de trabalho nos pés do magistrado, foge, é capturado e é morto. Também é considerado um Santo Mártir, mesmo sem o batismo de água.
Santa Emerentiana era uma virgem catecúmena que repreendeu veementemente idólatras que roubavam dos cristãos e foi apedrejada por eles. Rezando em agonia, foi batizada pelo sangue e morreu. É considerada uma Santa Mártir, mesmo sem o batismo de água.
Sendo assim, que fique claro que qualquer um que sustentar a heresia do Feeneyismo está excomungado da Igreja Católica e portanto em pecado mortal.
São Vitor de Braga foi um catecúmeno que se preparava pra receber o batismo. Se recusou a prestar culto a uma deusa pagã, confessou Cristo diversas vezes, sofreu torturas e foi decapitado. A Igreja Católica o coloca entre os Santos Mártires, mesmo sem ter recebido o batismo de água.
São Genésio de Arles era catecúmeno quando, trabalhando como escrivão para o governo, ouve o decreto de perseguição a cristãos. Se revolta, joga seus instrumentos de trabalho nos pés do magistrado, foge, é capturado e é morto. Também é considerado um Santo Mártir, mesmo sem o batismo de água.
Santa Emerentiana era uma virgem catecúmena que repreendeu veementemente idólatras que roubavam dos cristãos e foi apedrejada por eles. Rezando em agonia, foi batizada pelo sangue e morreu. É considerada uma Santa Mártir, mesmo sem o batismo de água.
Sendo assim, que fique claro que qualquer um que sustentar a heresia do Feeneyismo está excomungado da Igreja Católica e portanto em pecado mortal.
Magistério Ordinário - O Consenso dos Santos Doutores
São Cipriano, em "As Epístolas de Cipriano", escritas no século III, Epístola LXXII:
(...)"Deixe os homens desse tipo, que favorecem e ajudam hereges, saberem que, assim sendo, aqueles catecúmenos mantiveram a fé e a verdade da Igreja, e avançaram do campo divino pra batalha contra o demônio, com um sincero conhecimento sobre Deus, Pai, Filho e Espírito Santo; então, certamente não ficaram privados do sacramento do batismo aqueles que foram batizados com o mais glorioso e melhor batismo, o de sangue".
em seu Tratado XI:
(...)"No batismo de água é recebida a remissão dos pecados, no batismo de sangue, a coroa das virtudes".
São João Crisóstomo, Doutor da Igreja, no panegírico a São Luciano:
"(...)não se surpreendam de eu equalizar martírio com batismo; porque aqui também há no espírito tamanha fecundidade, e uma maravilhosa e surpreendente remissão dos pecados e uma limpeza na alma é efetuada; pois, assim como aqueles que são batizados na água, então, também, aqueles que sofrem o martírio são purificados pelo próprio sangue".
São Basílio, Doutor da Igreja, no Tratado sobre o Espírito Santo, Capítulo XV:
"(...) e então existem alguns entre nós que em seus campeonatos da verdadeira religião morreram por amor a Cristo, não por semelhança, mas por fato atual, e portanto não precisaram dos sinais externos de água para as suas salvações, porque foram batizados no próprio sangue".
São Gregório de Nazianzo, Doutor da Igreja, Oração XXXIX:
"(...) eu também conheço um quarto batismo -- o por Martírio ou sangue, pelo qual Cristo também passou; e esse é muito mais augusto do que os outros(...)".
Santo Ambrósio, Doutor da Igreja, no escrito "De obitu Valentiniani consolatio":
"(...) ouvi que vocês estão angustiados porque ele não recebeu o sacramento do batismo. Me digam, que atributo nós temos, além de nossa vontade, de nossa intenção? Há pouco tempo ele tinha esse desejo de antes de voltar pra Itália, ser batizado, e ele indicou que deveria ser batizado assim que possível por mim. Ele então não recebeu a graça que desejou? Ele não recebeu aquilo pelo o que pediu? Sem dúvidas ele recebeu, porque pediu".
São Cirilo de Jerusalém, Doutor da Igreja, sermão III sobre o batismo:
(...)"Se qualquer homem não receber o batismo, ele não tem a salvação, exceto pelo Martírio, que mesmo sem a água recebem o reino(...)".
Sermão XIII:
"(...) Nos Evangelhos o poder do Batismo salutar é duplo; um que é dado por meio da água aos iluminados, e o segundo aos Santos Mártires, nas perseguições, por meio de seus próprios sangues".
Santo Agostinho, Doutor da Igreja, contra os Donatistas, livro IV, capítulo 22:
"(...) não só o Martírio pelo amor de Cristo pode suprir àquele que queria o batismo, mas também a fé e a conversão de coração (...) mas o desejo é suprido invisivelmente apenas quando o batismo é impedido não pelo desprezo da religião, mas pela necessidade do momento".
Cidade de Deus, Livro XIII, Cap. 7:
"(...) se uma pessoa não batizada morre por confessar Cristo, tal confissão tem a mesma eficácia para a remissão dos pecados como se ela tivesse sido banhada na fonte do Batismo(...)".
São João de Damasco, Doutor da Igreja, em sua Exposição da Fé Ortodoxa:
"(...) o sétimo é o Batismo de sangue ou Martírio, pelo qual Cristo mesmo passou em nosso favor(...)".
São Beda, Doutor da Igreja, em "Uma história eclesiástica do povo inglês, Livro I, Cap. 7:
"(...) aquele soldado também foi decapitado (...) porque se recusou a desferir o golpe no sagrado confessor de Deus (...). Embora ele não tenha sido lavado na fonte batismal, foi lavado na libação de seu próprio sangue, pela qual se tornou merecedor de entrar no Reino Sagrado".
São Bernardo de Claraval, Doutor da Igreja, Carta 77:
"(...) se um adulto procura e deseja ser batizado, mas não consegue porque a morte intervém, então, onde não houve falta de fé reta, esperança devota e caridade sincera, então Deus pode ser benevolente comigo, porque eu não posso me desesperar completamente da salvação unicamente por conta de uma quantia de água, se esta está faltando, e não acredito que a fé se tornará vazia, a esperança confusa e a caridade perdida, desde que ele não despreze a água, mas como dito, não a obteve por falta de oportunidade".
São Boaventura, Doutor da Igreja, em Sent. IV, d.4, P.2, a.1, q.1:
"Deus não obriga ninguém a fazer o impossível, e então devemos admitir que o batismo de desejo sem o batismo de água é suficiente quando a pessoa em questão quer receber o batismo de água mas é impedida até que morra".
em Tertia Pars and De Sacramentorum virtute, Lib. VI:
"Existem três formas distintas de batismo, o de fogo, o de água e o de sangue. O de fogo é dado pelo arrependimento e pela graça do Espírito Santo, e purifica do pecado. No batismo de água somos purificados do pecado e absolvidos de toda pena temporal por conta de tais pecados, e no batismo de sangue somos purificados de toda a miséria".
São Tomás de Aquino, Doutor da Igreja, na Suma Teológica:
"Assim como alguns são batizados pelo batismo de desejo, pelo desejo de serem batizados, antes de serem batizados pelo batismo de água; da mesma forma alguns comem esse sacramento espiritualmente antes de recebê-lo sacramentalmente".
(...)"Por exemplo, quando um homem deseja ser batizado e por algum infortúnio é acometido pela morte antes de receber o batismo. E tal homem pode obter a salvação sem ser batizado pela água, por conta de seu desejo pelo batismo, cujo desejo é o termo da "fé que opera pela caridade", através da qual Deus, cujo poder não está intrinsecamente unido a sacramentos visíveis, santifica o homem interiormente. Por isso, Ambrósio fala sobre Valentino, que morreu ainda como catecúmeno: 'eu perdi aquele a quem eu iria regenerar: mas ele não perdeu a graça pela qual rezou"(...)
(...)"Como já dissemos, o homem recebe o perdão pelos seus pecados antes de receber o batismo de água, por conta de seu batismo de desejo, explícito ou implícito; e quando recebe o batismo de água, recebe uma remissão mais completa, porque é a remissão completa da punição. Por isso também antes de receberem o batismo, Cornélio e outros como ele receberam graça e virtudes pela fé em Cristo e pelo desejo do batismo, implícito ou explícito: mas após o batismo de água, receberam graças e virtudes mais completas. Por onde no Salmo 22,2, "Ele me elevou na água da regeneração", no que diz a Glosa: "Ele nos elevou pelo aumento da virtude e das boas ações pelo batismo".
(...)"O derramamento de sangue por amor a Cristo, e a operação interior do Espírito Santo, são chamados de batismos por conta de produzirem o efeito do batismo de água. Agora, o batismo de água deriva da eficácia da Paixão de Cristo bem como do Espírito Santo, como já dissemos. Essas duas causas agem em cada um dos três batismos; mas mais excelentemente, contudo, no batismo de sangue. Por os atos da Paixão de Cristo agirem no batismo de água por representação figurativa; e no batismo de espírito ou de arrependimento, pelo desejo. Mas no batismo de sangue, imitando o ato Divino".
(...)"Consequentemente, um homem pode, sem o batismo de água, receber o efeito sacramental da Paixão de Cristo, desde que esteja conformado a Cristo sofrendo por Ele. Por onde está escrito (Ap 7,14): 'Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro'. De uma maneira semelhante, o homem recebe o efeito do batismo pelo poder do Espírito Santo, não apenas sem o batismo de água, mas também sem o batismo de sangue, porquanto seu coração é movido pelo Espírito Santo para acreditar e amar a Deus e a se arrepender de todos os seus pecados: por isso é também chamado de batismo de arrependimento. Sobre isso está escrito (Is 4,4): "Quando o Senhor lavar a imundícia das filhas de Sião, e limpar o sangue de Jerusalém, do meio dela, com o espírito de justiça, e com o espírito de ardor". Por isso todos esses batismos são chamados de batismo, porquanto tomam o lugar do batismo. Por onde Agostinho diz (De Unico Batismo Parvulorum iv): "O abençoado Cipriano argumenta com considerável razão a partir do ladrão do qual, embora não batizado, foi dito: "Hoje mesmo estarás comigo no paraíso", que o sofrimento pode tomar o lugar do batismo. Tendo ponderado isso em minh'alma de novo e de novo, percebi que não só o sofrimento em nome de Cristo possa suprir o que estava faltando pelo batismo, mas até a fé e a conversão no coração, no caso de, no tempo, não ser praticável a celebração do mistério do batismo".
Santo Doutor Roberto Belarmino, em De Sacramento Baptismi, cap. 6:
(...)"devemos acreditar que a verdadeira conversão supre o batismo de água quando não por desprezo, mas por necessidade, a pessoa morre sem o batismo de água".De Eclessia Militante, c. 3:
(...)"respondo portanto que, quando se diz que fora da Igreja não há salvação, isso deve ser entendido quanto aqueles que pertencem a ela factualmente ou por desejo [desiderio], como os teólogos comumente falam sobre o batismo. Porque os catecúmenos estão na Igreja, não factualmente, mas pelo menos por resolução [voto], e portanto podem ser salvos".Santo Doutor Afonso de Ligório, Teologia Moral, Livro 6, Seção II, Cap. 1, Pág. 310, nº 96:
"Batismo de desejo é a perfeita conversão a Deus pela contrição ou amor a Deus sobre todas as coisas acompanhado pelo desejo explícito ou implícito pelo verdadeiro batismo de água (...) agora, é de fide que os homens também são salvos pelo batismo de desejo(...)".
As definições infalíveis no Magistério Extraordinário:
Santo Papa Pio X, em seu Catecismo:Batismo, necessidade do batismo e obrigações do batizado, Q. 17: pode a ausência do batismo ser suprida de outra forma? R.: A ausência do batismo pode ser suprida por martírio, que é chamado batismo de sangue, ou por um ato de amor perfeito a Deus, ou de contrição, junto com o desejo, pelo menos implícito, do batismo, e isso é chamado batismo de desejo.
Papa Inocêncio II, carta Apostolicam Sedem, ao Bispo de Cremona:
"Nós afirmamos sem hesitação (na autoridade dos Santos Padres Agostinho e Ambrósio) que o homem que você indicou (na sua carta), que morreu sem o sacramento do batismo, porque perseverou na Fé da Santa Mãe Igreja e na confissão do nome de Cristo, foi libertado do pecado original e alcançou as alegrias da Pátria Celeste(...)".
Papa Inocêncio III, na carta "Debitum pastoralis officii", a Bertoldo, Bispo de Metz, 28 de Agosto de 1206:
Código Canônico de 1917, canon 737:(...)"Você, para ter certeza, declarou que um certo Judeu, no leito de morte, por viver apenas entre Judeus, se submergiu na água enquanto dizia: "Eu me batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém". Nós respondemos que, já que deve haver uma distinção entre quem batiza e quem é batizado, como é claramente colhido das palavras do Senhor, quando Ele diz aos Apóstolos: "Ide, e batizem todas as nações, etc.", o Judeu mencionado deve ser batizado novamente por outro, pois quem é batizado deve ser uma pessoa, e quem batiza, outra...se, porém, tal homem morreu imediatamente, então foi precipitado ao seu lar celestial sem demora por conta de sua fé no sacramento, embora não pelo sacramento da fé".Sacrossanto Concílio de Trento, Sessão VI, Capítulo 4:
(...) "Esta transladação, depois da promulgação do Evangelho, não é possível sem o lavacro da regeneração [cân. 5 sobre o Batismo] ou sem o desejo do mesmo, segundo a palavra da Escritura: se alguém não tiver renascido da água e do Espírito Santo, não poderá entrar no reino de Deus (Jo 3, 5)".Sessão 8, Canon 4:
Se alguém disser que os sacramentos da Nova Lei não são necessários para a salvação, mas supérfluos; e que sem eles ou sem o desejo deles, só pela fé os homens alcançam de Deus a graça de justificação — ainda que nem todos [os sacramentos] sejam necessários para cada um — seja anátema.
"Batismo, a porta e fundação dos Sacramentos, de fato ou pelo menos por desejo é necessário para a salvação de todos (...)".Canon 1239:
(...) Catecúmenos que morreram sem receber o batismo e sem culpa nenhuma por isso devem ser contados entre os batizados".Papa Pio XII, Carta ao Congresso Católico Italiano de Parteiras, 29 de outubro de 1951:
(...)"Um ato de amor basta pra um adulto obter a graça santificante e suprir a ausência do batismo(...).
A condenação e excomunhão do Pe. Feeney
A heresia de que não existem os batismos de espírito (ou de fogo; de desejo) e de sangue ficaram conhecidas como Feeneyismo, pois o maior expoente dessa corrente foi o Padre Feeney. Conforme ele ensinava tal maléfica doutrina, e sua influência crescia, o Santo Ofício enviou uma carta ao Arcebispo Cushing de Boston, o responsável pela área onde Feeney atuava, explicando os erros da doutrina Feeneyista e pedindo providências ao Arcebispo. Essa carta é datada em 8 de agosto de 1949. Obstinando então em seu erro, Feeney é oficialmente excomungado em 1953, como nos informa a AAS (Acta Apostolicae Sedis) 45, na página 100:
Que fique claro: qualquer um que, sabendo da excomunhão do Feeney, incorrer na heresia pela qual ele foi excomungado, se torna um herege formal e está automaticamente excomungado pela Sacrossanta Igreja Católica, fora de onde não há salvação.
Veja também:
Santo Agostinho, Doutor da Igreja, em "A alma e sua origem", Livro I, Cap. 10 e Livro 8 da Cidade de Deus.
Santo Agostinho, Doutor da Igreja, em "A alma e sua origem", Livro I, Cap. 10 e Livro 8 da Cidade de Deus.
Santo Próspero de Aquitânia, Sentent. Ex. S. Aug. n. exlix. col 564
São Fulgêncio, Enchiridion Patristicum 2269
São João de Damasco, Doutor da Igreja, em sua Exposição da Fé Ortodoxa
São Roberto Belarmino, De Eclesia Militante, c.2 e De Controversiis, "De Baptismo", Lib. I, Cap. VI
Santo Afonso de Ligório, Teologia Moral, Livro 6, nºs 95-07, sobre o batismo de sangue e "Sobre o Concílio de Trento", págs. 128-129.
São Roberto Belarmino, De Eclesia Militante, c.2 e De Controversiis, "De Baptismo", Lib. I, Cap. VI
Santo Afonso de Ligório, Teologia Moral, Livro 6, nºs 95-07, sobre o batismo de sangue e "Sobre o Concílio de Trento", págs. 128-129.
Santíssima rogai por nós
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